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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Justiça de Rio Preto determina fim das saídas temporárias de detentos.

Intenção é que saídas deixem de ser coletivas e se tornem individuais.
Polícia diz que na saída temporária é comum a prisão de detentos.

Uma decisão polêmica da Justiça de São José do Rio Preto (SP) pode por fim às famosas saídas temporárias de presos em feriados no noroeste paulista. Por lei, os presos de regime semiaberto têm direito a cinco saídas temporárias por ano. Geralmente, os detentos deixam as penitenciárias em datas comemorativas, como Dia dos Pais e das Mães...>

Mas a Justiça decidiu que isso não deve mais ocorrer. A determinação foi dada há mais de uma semana e começou a criar polêmica. A intenção é que, aos poucos, as saídas deixem de ser coletivas e se tornem individuais, com exceção do Natal e Ano Novo. De acordo com o Poder Judiciário, a medida atende a pedidos de órgãos de segurança e também da própria população.

Embora não existam estatísticas, a Polícia Militar revela que em períodos de saída temporária, é comum a prisão de detentos que voltam a praticar crimes. Além disso, muitos aproveitam a oportunidade para fugir. Nos últimos cinco anos, 1.042 mil presos deixaram de retornar às penitenciárias de Rio Preto após saídas autorizadas pela Justiça. “Vejo com bons olhos, porque é uma medida que vai ao encontro do anseio da sociedade, quanto mais criteriosa for essa triagem, menos problemas teremos nas ruas”, afirma o major da Polícia Militar Luís Roberto Vicente.

Ivone Barbosa compartilha da mesma opinião do major da Polícia Militar. A filha dela, de 30 anos, era travesti e foi assassinada no ano passado por um detento, que foi beneficiado com a saída temporária do Dia dos Pais. “Como aconteceu com minha filha, poderia ter acontecido com a filha de qualquer um. Não deveria haver a saidinha, eu acho errado”, comenta Ivone.

O defensor público Leandro de Castro Silva diz que avalia com cautela a iniciativa do Judiciário de evitar saídas em massa. Ele acha que o sistema não está preparado para pôr em prática a decisão da Justiça. “A gente sabe que a população carceragem do regime semiaberto é grande e a rotatividade de preso é alta. Se for feito os pedidos individuais, poderia gerar uma sobrecarga de trabalho para o judiciário, que já está assoberbado”, diz o defensor.

Nas ruas, a maioria das pessoas acha que Justiça deve ser cada vez mais rigorosa com os presos. Para se ter uma ideia, a última saída temporária foi durante o Dia dos Pais. Dos presídios da região de Araçatuba (SP), 66 beneficiados não retornaram. De uma única unidade, o Centro de Progressão Penitenciária de Valparaíso (SP), 46 condenados da Justiça voltaram para as ruas sem terminar de cumprir a pena.
G1

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