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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Facção cobra mensalidade de seus membros.

O valor varia entre R$ 600 e R$ 1.500; quem cumpre essa determinação à risca recebe a retaguarda necessária e ainda ajuda ‘irmãos’ que estão atrás das grades e as suas famílias.

Todo mês, o trabalhador tem parte de seu salário descontado no holerite. É a tal contribuição sindical obrigatória, que, em tese, garante ao empregado a defesa de seus direitos junto à empresa.

No mundo do crime funciona da mesma forma. Os membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) precisam pagar a mensalidade ao comando da facção todo mês. Quem cumpre essa determinação à risca recebe a retaguarda necessária e ainda ajuda ‘irmãos’ que estão atrás das grades e as suas famílias.

A mensalidade varia entre R$ 600 e R$ 1.500. Essa informação consta na tese de doutorado da socióloga Camila Caldeira Nunes Dias, responsável pelo trabalho ‘Da pulverização ao monopólio da violência: expansão e consolidação do Primeiro Comando da Capital no sistema carcerário paulista’.

Exigência. “Para os irmãos que estão na rua, o pagamento da taxa mensal é... um elemento central para a sua reputação dentro do Partido. A ausência do cumprimento dessa obrigação pode acarretar punições que vão desde uma punição até a exclusão definitiva dos quadros da organização”, afirma Camila em um trecho da tese.

“A punição dependerá dos fatores ligados a falta de pagamento, bem como a reputação do ‘irmão’ no PCC”, afirmou a socióloga, que também integra o Observatório de Segurança Pública da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo).

Formalmente, esta seria o único compromisso financeiro dos ‘irmãos’ com a facção. Embora, todos precisem doar parte dos valores obtidos em grandes ações comandadas pelo grupo criminoso. O assalto a banco, para citar um exemplo.

A ‘sintonia do progresso’, departamento responsável pela parte econômica do PCC, é dividida em três setores diferentes. Tem o setor de rifas, que compra bens para serem rifados e revertidos em lucros para o Comando, o ‘setor de armas’, que aluga armamento, além do ‘setor do tráfico’, o mais importante e o que movimenta os valores mais altos para o grupo criminoso organizado.

Assistência. Toda a arrecadação do PCC, seja por meio da contribuição mensal ou de outras ações, garantem ao ‘irmão’ e à sua família auxílios sociais. Pode ser por meio de uma cesta básica, um custeio de ônibus em dia de visita nas penitenciárias ou mesmo uma ajuda de custo em dinheiro.

Essa ajuda vale tanto para os ‘irmãos’ batizados e para os ‘companheiro’, aqueles que não são batizados, mas vivem em cadeias controladas pelo grupo criminoso.

“Vários entrevistados acabaram admitindo que, embora não se peça nada em troca diretamente, espera-se lealdade da pessoa agraciada, retribuição do favor, o que pode ocorrer na hora que convier ao Comando”, contou Camila.

“Por conta dessa vinculação direta e obrigatória do beneficiado com o PCC, muitos presos cuja família permanece sobrevivendo em extrema necessidade, recusam-se a recorrer ao Partido”, completa.

Valores. Um dos entrevistados de Camila afirmou que a ajuda de custo mensal chegava a R$ 500 em 2006, aumentando em seguida para R$ 700. Após a repressão, ocorrida depois dos ataques de maio, a ajuda caiu para R$ 300. Hoje, a ajuda voltou a ser de R$ 500.


Vale é a região mais violenta do interior
O Vale do Paraíba é a região mais violenta do interior do Estado de São Paulo, segundo dados oficiais da SSP (Secretária de Segurança Pública). Foram 267 pessoas assassinadas de janeiro a julho deste ano. O número representou um aumento de 8,97% na comparação com o mesmo período de 2011, quando 245 vítimas morreram assassinadas.

Campinas aparece na segunda colocação do ranking da violência, com 195 assassinatos entre janeiro e julho. Em terceiro, com 178 mortes, vem a região de Sorocaba. Piracicaba e Ribeirão Preto dividem a quarta colocação com 176 vítimas. “Vamos reforçar as operações em conjunto para reduzir os índices de violência”, disse na semana passada o coronel Leônidas Pantaleão de Santana, comandante da PM no Vale. 
Bom DIa São José e Taubaté

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