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domingo, 23 de setembro de 2012

‘Peteca cimentada’ é usada para pôr celulares na Penitenciária.

Aparelhos são jogados envoltos em concreto na unidade prisional de Araraquara; dois casos já ocorreram este mês.

A cena chama a atenção, tamanha a criatividade usada para driblar os agentes penitenciários. Dois telefones celulares foram arremessados dentro da Penitenciária de Araraquara, revestidos em um cubo de concreto. Foram dois flagrantes, sendo o último no dia 6. Entretanto, o caso só foi registrado no 1º Distrito Policial (DP) no dia 16. Um inquérito já foi aberto para apurar a prática do arremesso da ‘peteca cimentada’, como é chamada, e de outros 30 casos de apreensões de aparelhos dentro do presídio.

"Se isso cair na cabeça de uma pessoa, mata", conta um policial. O relatório enviado à polícia informa que um agente viu um homem chegar próximo à caixa d’água e arremessar algo para dentro da casa penal. Um objeto caiu na própria muralha e o outro na área interna. Havia dois cubos com telefones revestidos com fita adesiva. Em um deles, os carregadores estavam desmontados. O cimento é para proteger os aparelhos do impacto com a queda de oito a dez metros de altura.

O acusado de arremessar a ‘peteca’ não foi identificado e fugiu por uma trilha de terra no Jardim Pinheiros. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou, por meio da assessoria de imprensa, que, no caso da apreensão do bloco de concreto com celular, o que houve foi... uma tentativa de arremesso de fora para dentro. Os agentes de escolta e vigilância perceberam imediatamente o fato e dispararam tiros de advertência contra os acusados que tentaram jogar os blocos.

O delegado Arnaldo Davóglio Filho, do 1º DP, conta que o caso será apurado, mas será difícil encontrar o autor. Um cubo de cimento parecido já havia sido apreendido em 18 de agosto. Na ocasião, durante uma ronda, o funcionário achou o bloco com dois telefones dentro. A ‘peteca’ sofreu uma mudança, já que há quase um ano, em outubro de 2011, os celulares eram arremessados embrulhados em fita, borracha e espuma. A descoberta foi feita antes que os aparelhos chegassem aos detentos.

‘Uso dos aparelhos é coletivo’, diz MP

Familiares de presos afirmam que a presença dos telefones, dentro do presídio é comum. O Ministério Público (MP) de Araraquara estima que haja, atualmente, no mínimo cem linhas de telefone celular ativas e sendo usadas por detentos no interior da Penitenciária do município. O resultado faz parte de uma investigação realizada em conjunto com a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e que confirma uma suspeita antiga, a de que os aparelhos são coletivos e usados por várias pessoas, simultaneamente.

Agentes apreenderam 47 celulares em oito meses

De janeiro a agosto deste ano, foram apreendidos 47 celulares dentro da Penitenciária de Araraquara. No mesmo período do ano passado, foram apreendidos 37 aparelhos, segundo informações fornecidas pela SAP. "Todos os presos surpreendidos com drogas e celulares respondem criminalmente. Além de sofrer sanções disciplinares, perdem os benefícios conquistados durante o cumprimento da pena", diz a SAP, por meio da assessoria de imprensa.

Para reduzir o ingresso dos aparelhos, a Secretaria afirma realizar revistas periódicas dentro dos presídios, feitas pelos agentes de segurança, com o apoio do Grupo de Intervenção Rápida (GIR). "Ressaltamos que todas as 152 unidades prisionais do Estado de São Paulo estão equipadas com aparelhos de raios-X, de menor e maior porte, além de detectores de metal de alta sensibilidade, que ajudam a coibir a entrada de equipamentos e drogas, atreladas à vigilância constante dos seus agentes."
Claudio Dias 
Jornal A Cidade

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