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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Após fim da rebelião no AM, Sejus admite fragilidade dos presídios após fuga de 172 detentos.

Órgão criticou uma suposta 'herança maldita' deixada no Ipat.
Dos 172 foragidos, somente 61 foram recapturados pela PM.

"Se os presos quiserem fazer uma rebelião, eles vão fazer". A declaração é do atual titular da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Wesley Aguiar, durante coletiva à imprensa para explicar como 172 presos conseguiram escapar durante rebelião no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus/Boa Vista). Na entrevista, o secretário explicou como ocorreu a fuga, criticou uma suposta 'herança maldita' deixada no Ipat e falou das medidas para evitar novos tumultos.

Aguiar informou que uma rebelião do porte como ocorreu na terça-feira (9) no Ipat já era esperada. "Apertamos algumas medidas dentro do presídio. Por exemplo,... passamos a exigir que andassem algemados quando estivessem fora das celas e recebessem as visitas. Isso os irritou demais e acabou nisso. É uma cultura de maus procedimentos, infelizmente, vigente nas cadeias", declarou. O titular da Sejus revelou que os 172 detentos aproveitaram uma brecha no muro da parte posterior traseira do local para conseguir escapar. "Priorizamos sempre a vida dos nossos onze agentes penitenciários durante a rebelião. Estávamos negociando com os detentos na parte da frente, onde estavam concentrados os reféns. Nesse momento, os presos conseguiram fugir", disse.
A estrutura do Instituto Penal Antônio Trindade foi alvo de críticas por parte do secretário. Para Aguiar, o modelo do presídio é americano e não está adequado para a situação de Manaus. "O local é situado em uma área próxima à floresta, ao contrário do que ocorre nos EUA, onde os locais são planos. Isso dificulta o trabalho para encontrar os foragidos em casos de fugas. É uma herança maldita que recebemos", afirma. O secretário-executivo da Sejus, Louismar Bonates, reclamou ainda que o modelo fornecido pelo governo federal para construção de presídios não é negociável, o que, segundo ele, pela demanda, faz com que o estado aceite e depois enfrente os problemas.

Investimentos futuros e buscas aos infratores
Para tentar conter novas fugas e rebeliões nos presídios do Amazonas, a Sejus informou que a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) vai fiscalizar as unidades a partir de agosto. Entre as implantações tecnológicas estão inclusas a instalação de câmeras de monitoramento e sistema eletrônico para dificultar a entrada de celulares nos presídios. "Também vamos colocar sensores de presença para evitar escavações de túneis", informou Aguiar.

O comandante da Polícia Militar no Amazonas, coronel Almir Davi, informou que haverá um reforço nas unidades prisionais do Puraquequara, na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa e no Ipat. Sobre a operação, ele falou que houve cuidado das forças policiais para o uso de armas não letais. "Houve disparos de tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral. Tomamos muito cuidado para que não fossem feitos disparos de arma de fogo", declarou.

Quanto às buscas pelo foragidos, o coronel declarou que 50 agentes do serviço de inteligência da SSP-AM estão envolvidos na operações de captura dos detentos. "90% dos que já foram presos novamente eram da liderança da rebelião", revelou.

Entre os foragidos soltos estão Rodrigo de Moraes Alves, um dos três suspeitos do triplo homicídio da família Belota e um interno considerado de grande periculosidade, suspeito de comandar o tráfico de drogas em Manaus.
G1 AM

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