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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ex-promotor que matou a mulher em Atibaia pode ir para rua.

Depois de cumprir dois anos e dez meses de prisão na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, a P2, em Tremembé, o ex-promotor Igor Ferreira da Silva pode receber nos próximos dias a progressão de regime do fechado para o semiaberto.

Igor foi condenado em 2001 a 16 anos de prisão, por matar em 1998 a tiros a própria mulher, Patrícia Aggio Longo, grávida de sete meses. O crime ocorreu em Atibaia.

Após um pedido da defesa, o Ministério Público deu esta semana um parecer favorável para a progressão de regime do detento. Segundo o promotor responsável pelo caso, Paulo Rogério Bastos, Igor já tem o tempo determinado pela lei para receber o benefício – ele cumpriu um sexto da pena e possui um bom comportamento.

“Além de preencher os requisitos exigidos pela lei para conquistar o semiaberto, Igor foi submetido a um exame... criminológico que foi bastante favorável a ele”, disse o promotor.

O processo foi encaminhado esta semana pelo MP para a Vara de Execuções Criminais (VEC) de Taubaté, e esta nas mãos da juíza Sueli Zeraik, que deve divulgar a sentença na próxima semana.

Caso a juíza seja favorável, Igor pode deixar nos próximos dias o regime fechado, mas deve permanecer na P2, onde também existe um pavilhão do regime semiaberto.

Professor de inglês
No reduto onde se encontram os condenados por crimes que chamaram a atenção da sociedade, Igor segue a rotina dos presos do regime fechado. Às 5h45 é feita a primeira contagem nos dois pavilhões e na sequência, por volta das 6h, as portas das celas são abertas e os agentes penitenciários fazem a contagem dos presos - procedimento que se repete outras duas vezes, às 11h e às 17h15, hora do almoço e do recolhimento noturno.

De acordo com o pai e advogado do detento, Henrique Ferreira da Silva Filho, Igor está bem, adaptado a rotina da unidade, mas muito ansioso pela concessão da progressão do regime. “Ele mantém a rotina nestes mais de dois anos lá dentro, atuando como professor de aulas de inglês para os detentos e trabalhando na biblioteca da unidade. Igor sempre foi de acordar cedo e trabalhar bastante, e como fala muito bem o inglês está fazendo disto um trabalho na prisão”, contou o pai. A biblioteca da P2 possui mais de 6.000 títulos.

Alojamento
Ainda de acordo com Henrique, a expectativa também é grande entre a família, já que com o semiaberto, Igor poderá passar o próximo feriado de 12 de outubro em casa. “Com os benefícios do semiaberto ele vai poderá retomar, de forma gradual, o convívio social e familiar”, disse o advogado.

A prisão no regime semiaberto é como um 'alojamento', ao invés das celas, os presos podem trabalhar em fábricas dentro da unidade, podem andar por um espaço maior na unidade, além de poder pleitear o direito de sair nas cinco saídas temporárias durante o ano.

A próxima saída prevista em lei será a do Dia das Crianças, quando os beneficiados poderão ficar cinco dias em liberdade.

Patrícia Longo foi encontrada morta com dois tiros na cabeça, dentro do carro de Igor, na madrugada de 4 de junho de 1998, em Atibaia.

Na época, Igor alegou ter sido vítima de um assalto, tendo sido junto com a esposa surpreendido por um ladrão, que teria levado Patrícia como refém. Durante as investigações do crime, a farsa foi descoberta e ele indiciado.

Em abril de 2001, Igor foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão e desapareceu em seguida, quando passou a ser procurado pela Divisão de Capturas da Polícia Civil de São Paulo.

O ex-promotor foi preso no dia 19 de outubro de 2009. Silva foi preso na Vila Carrão, na zona leste de São Paulo. Um telefonema anônimo ao plantão do 31º Distrito Policial foi responsável por acabar com uma busca, quando Igor foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Ele passou a noite no 40º Distrito Policial de São Paulo, na Vila Santa Maria, onde recebeu visita de parentes, e na tarde do dia 20 de outubro de 2009 chegou a Tremembé.

A P2
Construída em 1948, a P2 de Tremembé recebe desde 2002 os chamados presos especiais. A maioria dos 296 detentos que cumprem pena em regime fechado possui Ensino Médio ou Nível Superior.

São presos que costumam sofrer rejeição junto à população carcerária comum por terem cometido crimes como pedofilia, estupro ou assassinatos contra membros da própria família.

A unidade também abriga pessoas que correriam risco de vida em outra penitenciária, como ex-policiais e ex-agentes penitenciários. E ainda presos envolvidos em casos de grande repercussão na mídia.
Vnews

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