Agora está provado: documento em poder da polícia e do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), publicados pela Folha de S.Paulo na 6ª feira (ontem), revelam que são os chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC) que dão as ordens expressas para a matança de PMs, e que desde 2011 a organização criminosa se estrutura para esses ataques.
Resultado: só neste ano, já mataram 75 policiais (de janeiro a setembro do ano passado, foram 38).Só não se pode esquecer que em muitos casos deve se confirmar, também, a forte suspeita de que há policiais travestidos de milicianos, de integrantes de esquadrões da morte e que tais agindo em parceria com o PCC para estas matanças.
Há documentos que mostram que em pelo menos 70 mortes das mais de 400 registradas no episódio que ficou conhecido como Crimes de Maio (quando o PCC mediu forças com o poder constituído e parou o Estado em 2006) tiveram a participação de policiais.
As articulações para a matança começaram no governo Alckmin
Espera aí, desde o ano de 2011 se organizam…então a articulação para esta ação e a apreensão dos documentos se deram nesta 3ª vez que o tucano Geraldo Alckmin é governador. Ele tomou posse dia 1º de janeiro de 2011.
E o que ele fez para conter isto, debelar ou extirpar essa força e poder do PCC? Se fez, ninguém sabe, ninguém viu. Sequer divulgou que a investigação – se houve – levou seu governo a descobrir a articulação. Desta articulação só se sabe, agora, pelo jornal.
Conforme a Folha já havia revelado esta semana com base em cerca de 400 documentos apreendidos pela polícia e a Promotoria do MPE-SP, o PCC tem 1.343 integrantes atuando em em 123 cidades do Estado. Mas o governo paulista preferiu dizer que “há “lendas” (segundo o secretário de segurança pública) e “fantasias” (Geraldinho disse) a respeito e que o número criminosos da facção não passa de 40, quase todos traficantes e presos há tempos.
De “lendas” e “fantasias”
Bom, é triste, mas enquanto nega a existência do PCC o governador e seu secretário fecham os olhos para os grupos de extermínio, esquadrões da morte atuando livremente na PM. O caso de Guarujá é ilustrativo disso – mais um que comprova que foi dado licença para matar, para o olho por olho, dente por dente.
Diante da decisão do PCC de vingança, de matar o policial e quem mexer com um dos integrantes da facção, o Estado governado pelos tucanos, diante do fracasso de sua politica de segurança, se iguala aos bandidos e estimula com declarações públicas esta matança.
Fazer vistas grossas, fingir que o problema não existe, ter essa “política de segurança” não deu certo em nenhum lugar do mundo. Só faz aumentar a violência e a morte de inocentes…Aparentemente pode parecer uma resposta eficaz ao crime organizado, não promovê-lo, não superdimensioná-lo, mas não é.
Pelo contrário, contamina e envolve a policia e o Estado com o crime e a execução sumária de prisioneiros e suspeitos. Esta política é só um caminho seguro para a impunidade e injustiças que custam vidas como temos assistido no Estado.
José Dirceu
Correio do Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário