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domingo, 16 de dezembro de 2012

Detento sofre acidente em máquina de reciclagem e tem braço amputado.

Um condenado da Justiça sofreu grave acidente enquanto trabalhava nas dependências do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Rubens Aleixo Sendin, em Mongaguá. Em razão do episódio, ele teve o braço direito amputado e permanece internado.

O detento Kleber de Camargo, de 31 anos, operava uma máquina de transporte de resíduos plásticos quando o seu braço ficou preso no equipamento, por volta das 10h30 de segunda-feira. O equipamento pertence à empresa de reciclagem Recival, que funciona dentro da unidade prisional. 

O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados, mas não conseguiram soltar o braço do reeducando. Após duas horas prestando socorro à vítima, equipes desses órgãos alegaram que não tiveram outra alternativa a não ser amputar o braço.

Kléber foi removido em estado grave ao Hospital Municipal de Itanhaém – unidade estadual administrada pelo consórcio Consaúde. Sem previsão de receber alta, o detento foi... operado e permanece internado consciente e sem correr risco de morrer.

O ortopedista e traumatologista Jeisner Godoy informou que o paciente recebe curativos diários, porque o local da amputação está muito contaminado. O médico também disse que o reeducando deverá ser submetido a outros procedimentos cirúrgicos.

Providências
O episódio foi comunicado à delegada Fernanda dos Santos Souza, do 2º DP de Mongaguá. Ela requereu perícia na máquina da empresa de reciclagem e exame de corpo de delito para a vítima. Inquérito policial deverá ser instaurado para apurar eventual responsabilidade criminal pelo acidente.

Presidente do Conselho Penitenciário do Estado, o advogado Matheus Guimarães Cury afirmou que o órgão acompanhará o caso. Segundo ele, as empresas que contratam com o Poder Público para empregar a mão de obra de detentos assumem todas as responsabilidades trabalhistas, além dos deveres de indenização por dano moral e de reparação por dano material.

“O preso é como se fosse um trabalhador comum e tem todas as garantias quando sofre um acidente de trabalho”, explicou Cury. Porém, em razão do caso envolver um detento sob a tutela do Estado e ocorrer dentro de um estabelecimento prisional, ele reconheceu que o Poder Público, em tese, deve responder solidariamente com o empregador.

Interdição e seguro de vida
Por meio de nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) anunciou que a Recival está interditada para perícia e que foi instaurado procedimento preliminar para apurar o caso. Conforme o comunicado, os contratos trabalhistas possuem seguro de vida para acidente de trabalho.

Ainda conforme a SAP, houve “infatigável trabalho” entre o Corpo de Bombeiros e o Samu, com o apoio dos funcionários do CPP de Mongaguá, “no intuito de preservar a vida e a integridade física do reeducando”. Porém, não foi possível evitar a amputação do braço direito do detento, realizada por um médico do Samu.
Eduardo Velozo Fuccia
A Tribuna

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