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terça-feira, 30 de julho de 2013

Traficantes sequestram presos e pedem resgate a família em Piauí.

Os casos mais recentes ocorreram na Penitenciária Major César de Oliveira.


Para não terem prejuízos, traficantes que atuam nas unidades prisionais do Piauí inventaram uma nova técnica para garantir o recebimento das dívidas contraídas por presos viciado em drogas: o sequestro...>

Foto: Cida Cardoso/ODIA
Segundo informações de agentes penitenciários, presos com dívidas com traficantes são mantidos em cárcere, dentro de banheiros, até que a família efetue o valor do resgate em depósito em conta corrente. Os contatos são feitos por meio de telefones celulares que entram nas unidades prisionais de forma irregular e fora da vista dos agentes.

Os casos mais recentes ocorreram na Penitenciária Major César de Oliveira, que tem regimes fechados e semiaberto. Lá, pelo menos dois sequestros de presos foram registrados, segundo informações do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí).

Agentes relataram que descobriram que presos sequestrados ficaram em cativeiro até que a família depositasse o valor do resgate para ele ser "liberado" e não ficar "jurado de morte" pelos líderes do tráfico de drogas.

"O presídio é grande e temos o problema de serem misturados presos de regime fechado e semiaberto. Devido ao número de presos no semiaberto, não temos o controle de quem está 'faltando' na hora que fazemos a contagem. Também não tem como saber se a cela que o preso se encontra é a que está na ficha ou se ele foi colocado por outros internos. É assim que ocorrem os sequestros", contou o vice-presidente do Sinpoljuspi, Wellington Rodrigues.

Segundo Rodrigues, o preso João dos Santos Borges Júnior, 25, assassinado em 11 dezembro de 2012, foi morto devido uma desavença por estar envolvido em um dos grupos que faz o tráfico de drogas e sequestra internos.

"As informações investigativas repassadas por agentes são de que o interno estava participando de sequestros de outros presos por conta de dívidas de tráfico de drogas e teria discutido com o grupo. Imagine a falta de segurança com que os agentes trabalham e também para as famílias, pois se os presos fazem sequestros dentro das unidades prisionais podem cometer outros crimes ordenados fora do presídio", disse Rodrigues.

"A morte desse preso é emblemática por dois motivos: o primeiro é que ele foi morto porque participava de uma das facções criminosas que existem na Major César. E a outra é que ele não foi assassinado a golpes de espeto, mas sim a facadas. A arma utilizada foi pega na própria cozinha onde a vítima trabalhava", contou um agente penitenciário da Major César que pediu para não ser identificado.

Segundo o agente, o clima nos presídios é tenso. "Vivemos tentando fazer a segurança da sociedade ao custodiar presos de alta periculosidade, mas também ficamos desassistidos. À medida que estamos fazendo nosso trabalho de acordo com a lei sofremos ameaças dos internos. O perigo é maior quando estamos foram do trabalho", relatou.

Resposta

A Secretaria da Justiça e de Direitos Humanos (Sejus) negou a existência de sequestros dentro das unidades prisionais do Piauí, mas ressaltou que ocorrem "brigas e desentendimentos" entre os internos que podem resultar em "situações mais graves".

"Não existe sequestro dentro das unidades penais do Piauí, porque diariamente os detentos têm direito a banho de sol, ou seja, todos tem acesso ao pátio dentro dos pavilhões, ficando livre o trânsito entre o pátio interno e suas próprias celas, sob vigilância da guarda militar."

Segundo a secretaria, o principal motivo de rixas entre os presos são as drogas, mas os responsáveis pela segurança dos presídios tentam minimizar o problema separando os internos dos pavilhões que possuem rivais para evitar ameaças.

"Antes de entrarem nos presídios, todos os detentos são entrevistados e é feita uma triagem, sendo direcionados para os pavilhões de acordo com crimes e/ou periculosidade do preso. Em cada unidade, há o pavilhão conhecido como 'seguro', onde são alojados os presos ameaçados de morte e que já vêm com rixas externas."

A Sejus informou ainda que vai capacitar, nos próximos meses, as vistoriadoras das unidades penais para minimizar a entrada de entorpecentes.

"Há um controle rigoroso na entrada dos visitantes nas unidades penais, onde todos são despidos e seus pertences são criteriosamente vistoriados. Possuímos pórticos e detectores de metais nas entradas dos presídios, a qual todos os visitantes são obrigados a passar por eles. Porém, infelizmente, alguns familiares já foram flagrados levando drogas ou aparelhos celulares dentro das partes intimas, o que dificulta a coibição destes ilícitos, pois nossa legislação não permite que façamos vistoria nas partes intimas."
UOL

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