Dados são da Superintendência Geral de Administração Penitenciária.
Mulheres assumem comando após prisão do marido, diz delegado.
O número de mulheres presas em Alagoas aumentou. Em cinco anos, o crescimento da população carcerária feminina subiu para quase 300%, segundo dados da última pesquisa realizada pela Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap). Dentre os principais crimes apontados na pesquisa, o tráfico de drogas é o que mais condena as mulheres à prisão...>
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Foto: Henrique Pereira/G1 |
Mais da metade das mulheres que ajudam a lotar as celas do presídio Santa Luzia foi presa por tráfico de entorpecentes: 55% da população carcerária feminina. Um número, que segundo a polícia alagoana, pode continuar crescendo. O segundo crime mais comum cometido por elas fica bem atrás: 9% das carcerárias respondem por formação de quadrilha.
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Foto: Roberta Cólen/ G1 |
De acordo com o delegado de Repressão ao Narcotráfico (DRN), Jobson Cabral, o principal motivo pelo qual as mulheres estão ingressando no tráfico de drogas é por pressão do marido, que muitas vezes já está preso. "Eles querem que a esposa dê continuidade ao crime. Com isso, ela passa a assumir todo o comando e vai se arriscando até ser descoberta pela polícia", diz o delegado.
Por serem mulheres, geram poucas suspeitas e passam a atuar nas ruas de Maceió para fazer entrega de drogas. Um dos casos mais recentes foi o de Rosa Maria de Medeiros Lessa Rolemberg, 30, conhecida como "Rosinha", e sua mãe Rosa Maria Oliveira de Medeiros, 61, a "Vovó do Pó".
A senhora de 61 anos liderava uma quadrilha de tráfico que atuava em Maceió e Arapiraca. De acordo com a delegada Ana Luiza Nogueira, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), Rosa Oliveira entregava cocaína aos clientes em uma sacola de cosméticos. O ponto dela era em frente a um condomínio no conjunto Santo Eduardo, em Maceió.
“Ela passava despercebida porque já é idosa, o que gerava pouca suspeita na sociedade. Se aproximava do carro e entregava a droga que vinha dos estados de São Paulo e Sergipe”, disse a delegada durante uma coletiva de impressa que aconteceu em julho deste ano.
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Foto: Michelle Farias/G1 |
As mulheres, ao contrário do que pode parecer, não são nada frágeis ao liderar uma facção criminosa. Um caso de grande repercussão em Alagoas foi o da garota de programa Vanessa Ingrid da Luz Souza, de 20 anos. Ela é suspeita de ser a mandante do assassinato de uma jovem grávida e também da universitária Bárbara Regina, desaparecida desde 2012.
Segundo as investigações da polícia,Vanessa tem ligação com uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios. “Além de liderar um grande esquema de prostituição, ela tinha o cargo de 'prima', que é a pessoa que manda mulheres para pegar droga de outros estados”, explica o delegado Carlos Alberto Reis.
Vanessa está presa e nega as acusações, mas, segundo a polícia, há provas suficientes para incriminar a jovem por estes crimes.
Ainda segundo o delegado Jobson Cabral, várias mulheres são presas ao passarem pela revista íntima durante antes da visita aos parceiros nos presídios. "Elas são pressionadas por eles para trazer a droga. Achando que não serão descobertas, escondem a droga na vagina, mas são pegas durante a revista”.
Dados registrados pela DRN apontam que 90% das mulheres que tentam burlar a segurança dos presídios estão portando maconha. “Estamos colocando mais policiais do sexo feminino justamente para reforçar a segurança na hora da revista”, diz o delegado.
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Dados coletados pela Sgap mostram a porcentagem de mulheres presas por tráfico de entorpecentes. (Foto: Roberta Cólen/G1) |
G1 AL
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