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segunda-feira, 30 de julho de 2012

PCE tem aumento dos casos de tuberculose.

Sindicato diz falta de equipes de saúde, infraestrutura e superlotação favorecem risco de surto.

Com uma superlotação que já ultrapassa 100% da capacidade máxima e uma equipe de saúde deficitária, a Penitenciária Central do Estado (PCE) vive um crescimento dos casos de tuberculose entre os detentos, conforme o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário de Mato Grosso, João Batista Pereira de Souza. 

Segundo ele, embora não haja um levantamento oficial, a estimativa é que ao menos 100 reeducandos sejam vitimas da doença. Souza afirma ainda que cinco servidores - um da própria penitenciária e outros quatro lotados na Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh)- foram contaminados. 

A quantidade de infectados, contudo, pode ser ainda maior, segundo ele. Isso porque muitos servidores que apresentam sintomas teriam... medo de realizar os testes que comprovam as suspeitas. “Além disso, os visitantes podem estar contaminados. Essas pessoas também ficam expostas ao risco”, completa. 

Entre as causas da proliferação está a dificuldade em realizar os exames periódicos. O presidente conta que desde a morte de um agente penitenciário no ano passado, os procedimentos de segurança foram redobrados dentro do antigo Pascoal Ramos. As medidas, no entanto, dificultaram o trabalho da equipe de saúde, que precisa fazer coleta de secreção de todos os detentos para verificar focos da doença. 

“A questão é que, mesmo não sendo o ideal, a segurança era meio deixada de lado durante esse procedimento. Com a determinação as coisas ficaram mais difíceis, porque não há efetivo suficiente para a quantidade de presos”, justifica.

A própria superlotação das celas contribui para que a tuberculose se alastre. Atualmente, a penitenciária abriga 1.912 detentos, quando a capacidade máxima seria para 859. 

Conforme o sindicalista, em média, 30 pessoas dividem o espaço de cada cela: cerca de oito metros quadrados. Apesar dos esforços para manter o local limpo, a umidade e as condições insalubres são constantes. “É humanamente impossível manter um ambiente desse saudável”. 

Souza reclama também da quantidade de profissionais da saúde que atuam na penitenciária. Ele afirma que embora fossem necessárias ao menos quatro equipes, há apenas uma. Além disso, a maior parte dos médicos pediu exoneração devido às condições de trabalho e baixa remuneração. 

Por meio da assessoria de imprensa, a Sejudh negou que haja um aumento nos casos de tuberculose. Segundo a pasta, atualmente existem apenas 52 presos infectados e já em fase de tratamento. Número menor do que o registrado no ano passado, quando mais de 80 casos foram constatados. Garantiu ainda não haver qualquer informação sobre servidores que tenham sido diagnosticados com a doença. 

Sobre a quantidade insuficiente de equipes de saúde e a ausência de médicos, a secretaria afirmou que o problema já foi informado ao governador Silval Barbosa (PMDB), que trabalha para encontrar uma solução definitiva. 
LAURA NABUCO 
Diário de Cuiabá

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