Além
disso, 38 homens foram transferidos para a Penitenciária 1 de Presidente
Venceslau. Familiares denunciam que esses detentos sofreram agressão por parte
do Giro (Grupo de Intervenção Rápida e Ostensiva), ligado à SAP (Secretaria da
Administração Penitenciária do Estado de São Paulo).
A
SAP informou ontem "não ter qualquer informação sobre agressão praticada
pelo corpo funcional contra presidiário". No entanto, os próprios agentes
registraram boletim de ocorrência por lesão corpoal (artigo 129 do Código
Penal) no 1º Distrito Policial de Diadema, conforme o Diário
teve acesso.
Os
agentes penitenciários Sérgio Cena de Oliveira, 34 anos, e José da Silva Pinho,
41, acusaram Ramon Ruiz, 23, de Diadema, como o autor das agressões. Oliveira
contou à polícia que, ao abrir a porta da cela 4, do raio 21, se deparou com o
preso, sentado. Sem motivo algum, Ruiz começou a agredi-lo.
A
mesma cena, que teria sido apenas assistida pelos detidos da cela, se repetiu
com o agente Pinho.
"As
agressões aos agentes são comuns. Um único profissional, desarmado, entra em
contato com criminosos para abrir os raios e permitir acesso ao banho de sol. A
qualquer momento pode ser feito refém", afirmou o presidente do Sindasp,
Daniel Grandolfo.
O
delegado Alexandre Fuchikami Brisola requisitou que os dois agentes se
submetessem a exames de corpo de delito. O inquérito policial foi instaurado
para apurar o caso.
Entrega de ‘jumbo' e Sedex também foi proibida.
No
quadro de avisos ao lado da portaria de entrada do CDP (Centro de Detenção
Provisória) de Diadema, uma folha de papel sulfite informava aos visitantes
que, a partir de 10 de abril, estariam suspensos os serviços de jumbo (entrega
de comidas e roupas), Sedex e visitação aos detentos dos raios 11, 21 e 31 por
30 dias.
Mais
abaixo, seguia a lista com a transferência de 45 detentos, dos quais 38
enviados para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau como forma de punição -
eles pertenceriam aos raios penalizados.
Na
prática, segundo mães e mulheres dos presos entrevistadas pela equipe do Diário
ontem, os 30 dias sem visita significam trancados na cela - cada uma abriga
cerca de 40 homens -, sem banho de sol.
A
decisão causou revolta. "Não é justo que todos paguem por um",
criticou jovem de 26 anos, de São Paulo, mulher de detento por porte de arma e
identidade falsa.
Um
funcionário da portaria confirmou que houve briga entre presos e agentes
penitenciários. A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) não informou
a média de detentos são por raios. Segundo os familiares, são cerca de 150.
Segundo
o Sindasp, há deficit de agentes nos 38 CDPs do Estado. Em média, há um
profissional para cada 45 presos, quando o ideal seria um para dez. O salário é
de R$ 2.500.
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
Do Diário do Grande ABC
Nenhum comentário:
Postar um comentário